
“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz” – (Is 9,1)
A antevéspera das celebrações natalinas é um convite fraterno para revivermos na fé a história redentora da humanidade pela misericórdia, bondade e graça do Pai que nos enviou seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. A preparação para este tempo deve ser marcada pelo testemunho da alegria, da bondade, da esperança e da paz.
A festa do Natal, com sua mensagem de amor, reconciliação e paz, tem sido ocasião especial para repensar o nosso modo de tratar as pessoas que nos rodeiam e recomeçar com redobrado empenho a nossa vida fraterna. A razão de ser do espírito natalino de fraternidade, alegria e paz, provêm do nascimento de Jesus. Ele vem dar novo sentido à vida dos que o acolhem. Ele vem trazer nova vida para os corações sofridos que dele se aproximam. Ele vem iluminar e tornar possível a vivência da fraternidade e da paz entre nós. Não é possível celebrar e viver o Natal de Jesus sem pensar no próximo. Não é possível celebrar e viver o Natal de Jesus sem pensar em Deus. Por isso, o Natal deveria ser também ocasião especial para repensar o nosso modo de ver a Deus.
Este é um tempo privilegiado para ser vivido na expectativa renovada, numa ansiedade santa e pedagógica para a preparação interior, na espera e esperança para testemunharmos a chegada do Menino-Luz que nasceu no Natal em um verdadeiro exercício de caridade, de escuta recíproca e de fraternidade concreta.
Que este caminho de convite à conversão, à escuta da Palavra, ao compromisso com os irmãos e ao desejo sincero de configurar a vida à de Cristo; possa efetivamente preparar o coração dos fiéis para acolher, com maior profundidade, o mistério do Verbo que se fez carne e veio habitar entre nós.
O tempo propício e favorável do Advento, tempo de silêncio fecundo e de discernimento possa abrir espaços em nós para que a luz do presépio expulse as trevas do egoísmo, da indiferença e da pressa que tantas vezes sufocam o espírito.
Inspirados em São João Batista, o incansável pregador do deserto, quando olhamos para dentro de nós mesmos, possamos ver com mais nitidez as nossas fragilidades e, com humildade, abrirmos nossos corações à graça e a misericórdia de Deus, que nos guiará com ternura e amor por um caminho novo, iluminado pela luz do mundo, Cristo Jesus.
No meio de tantas atividades e rituais natalinos de caráter folclórico devemos estar atentos para não nos deixarmos perder de vista o essencial. A autêntica alegria da celebração do Natal brota de uma convicção de fé que tudo sustenta: o menino que nasceu em Belém é o Salvador, o Messias, o Senhor (cf. Lc 1,11), é Deus que se faz homem e vem habitar no meio de nós.
A celebração do Natal não é, puramente, fazer-se esporadicamente bonzinho e dar presente a um necessitado, mas é o ato de fé que nos leva a acolher a Deus como presente para a humanidade carente de sentido e salvação. E assim nos fazemos permanentemente presente para os outros.
O Verdadeiro Natal é celebração dos sinais da fé e estes superam por completo os limites do tempo cronológico. Dessa forma celebramos a chegada do Salvador lá onde nos exercitamos no Amor. Celebramos o Natal, com os sinais da chegada do Salvador, quando superamos a indiferença e nos tornamos solidários; e desta forma não encontraremos na manjedoura dos nossos corações apenas um Menino envolto em faixas, mas o Deus vivo que assume nossa humanidade para nos conduzir à plenitude da vida.
Deus assumiu rosto humano, deixando-se envolver pelos panos da fragilidade e nos convidando a contemplar a grandeza do amor na simplicidade da manjedoura. Ele nos ensina que, mesmo em meio às dores e desafios, há sempre uma luz que aponta o caminho: “Nasceu-nos um menino, um filho nos foi dado” (Is 9,5). Ele é nosso Salvador e Redentor; é a Paz oferecida aos homens e mulheres de boa vontade (Lc 2,14).
A esperança não decepciona. Nós temos fé e a graça de conhecer Jesus Cristo e seu “Evangelho da alegria”. Façamos o que estiver ao nosso alcance para que chegue a todos a mensagem do Natal de Jesus e da salvação trazida pelo Filho de Deus ao mundo.
Feliz Natal a todos! Àqueles que já chegaram à manjedoura de Belém. Àqueles que se dirigem para lá. Àqueles que desejam ir, acompanhado dos pastores e sábios, para encontrar-se com o menino Jesus!
É Natal! Tempo de renovar a esperança! Feliz Natal e um Ano Novo pleno de esperança, paz e fraternidade!
• Gilmar Cardoso, advogado, poeta, membro da Academia Mourãoense de Letras, do Centro de Letras do Paraná, da Academia de Cultura de Curitiba, da Acilbras-PR e da Academia Brasileira Rotária de Letras – Abrol-Pr.
NATAL DO SALVADOR
Menino Jesus
Amor que renasce em nossos corações
Entre em nossas vidas
Controle nossas emoções
Nela faça sua morada
Abençoe-nos
Cubra de bênçãos e graças sem medidas
Traga alegria, esperança e luz
Que sejamos como uma criança
Cheios de Fé
Peregrinos da esperança.
Que noite feliz, afinal
Transborda de alegria
Tendo o amor como tema central
A estrela que nos guia rumo ao ponto cardeal
Leva-nos à manjedoura
José e Maria, o divino casal
Aleluia ao coro de Anjos
Nasceu Jesus: é Natal!
GILMAR CARDOSO, é advogado, poeta, membro fundador da Cadeira 28 da Academia Brasileira Rotária de Letras – ABROL-PR
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