SETEMBRO, O MÊS D0S SÍMBOLOS
NACIONAIS
Patriotismo é o sentimento de
amor e respeito à pátria, vultos históricos, riquezas naturais e patrimônio
material e imaterial e aos seus símbolos. A Constituição Federal prevê em seu
artigo 13, § 1º que são símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira,
o hino, as armas e o selo nacional.
Destaque-se dentre as principais datas
comemorativas de setembro os dias 6 de
setembro - Dia da oficialização da letra do hino nacional, 7 de setembro - Dia da
Independência do Brasil (feriado nacional) e o 18 de setembro - Dia dos símbolos nacionais.
O Hino Nacional tem uma melodia inconfundível.
Bastam dois acordes para que se reconheça de imediato. A música comove. Nos
torneios internacionais, quando um brasileiro sobe ao pódio, a cadência épica
da melodia deixa a plateia ainda mais emocionada. A melodia vem do Império. A
marcha do Hino Nacional que o Brasil ouve hoje é a mesma que dom Pedro II ouvia
nas cerimônias oficiais. Ela foi concebida por volta de 1830, pelo maestro
Francisco Manoel da Silva.
Os versos
atuais, por sua vez, são a terceira versão a acompanhar os acordes de Manoel da
Silva. A primeira letra do Hino Nacional tratava da abdicação de dom Pedro I,
em 1831. O episódio foi decisivo por ter afastado de vez os portugueses do
Brasil e consolidado a Independência. A segunda letra veio em 1841, por ocasião
da coroação de dom Pedro II. Os versos exageravam na bajulação ao soberano.
Com
o golpe que derrubou o Império, em 1889, o novo governo logo se empenhou em
sepultar os legados monárquicos e substituí-los por símbolos nacionais
republicanos. Por isso, organizou um concurso público para escolher um novo
hino.
No
meio da competição, porém, houve uma reviravolta. Influenciado por militares e
jornalistas, o presidente Deodoro da Fonseca decidiu que o velho Hino Nacional
seria mantido — mas só a melodia, sem a letra.
Durante
as três primeiras décadas da República, o Hino Nacional foi destinado a ser
apenas ouvido, e não cantado.
Duque-Estrada
compusera a letra havia muito tempo, em 1909. A partir de então, o Senado e a
Câmara dos Deputados estudaram diversos projetos de lei que buscavam
oficializá-la, mas a divergência entre os parlamentares impediu que as
propostas vingassem.
Foi
a pressão da chegada das comemorações do centenário da Independência que fez o
Congresso aprovar o projeto de lei que Epitácio Pessoa sancionaria na véspera
do Sete de Setembro de um século atrás.
Em
novembro de 1906, o maestro Alberto Nepomuceno, diretor do Instituto Nacional
de Música, assistiu à cerimônia de posse do presidente Afonso Pena e notou que
cada uma das três bandas militares que se apresentaram no Palácio do Catete
tocou o Hino Nacional de uma forma diferente. As variações o incomodaram profundamente.
Foi
então que Nepomuceno decidiu embrenhar-se pelos arquivos públicos do Rio em
busca da partitura original composta no início do Império pelo maestro
Francisco Manoel da Silva. Após encontrá-la, ele, como chefe do Instituto
Nacional de Música, proporia a norma que deveria guiar a execução instrumental.
Nepomuceno,
porém, se deu conta de que poderia ir além. Ele entendeu que era o momento de o
Hino Nacional finalmente voltar a ter letra. Desde a Proclamação da República,
em 1889, era apenas uma melodia instrumental. Alguns estados tinham letras
próprias, improvisadas pela própria população.
Segundo
o maestro, era importante para a formação cívica dos estudantes que eles
cantassem o Hino Nacional, e não apenas o escutassem sem letra. Ele convenceu
Afonso Pena a pedir ao Congresso Nacional que elaborasse e aprovasse um projeto
de lei abrindo um concurso público para a escolha dos novos versos, com um
prêmio de 2 contos de réis para o vencedor.
A
sugestão que o governo enviou ao Congresso continha um modelo de letra, para
que os poetas inscritos no concurso conhecessem a extensão esperada de cada
verso e soubessem quais deveriam ser as sílabas tônicas, garantindo o casamento
perfeito da nova letra com a velha melodia.
Nesta
sexta-feira, faz 102 anos desde o memorável 6 de setembro de 1922, quando o
presidente Epitácio Pessoa assinou a lei que oficializou os versos pomposos do
poeta Joaquim Osório Duque-Estrada — que começam com “Ouviram do Ipiranga as
margens plácidas” — como aqueles que devem acompanhar a melodia composta quase
um século antes por Manoel da Silva.
Resumindo:
Você sabe o porquê e como foi criada a letra do
Hino Nacional?
– A partir de um poema, elaborado no ano de 1906
pelo escritor Coelho Neto, o Hino foi realizado em um discurso na Tribuna da
Câmara dos Deputados à altura da nação brasileira, como forma de um argumento.
Essa atitude levou o Ministro da Justiça Dr. Augusto Tavares de Lira, a
decretar aberto o concurso;
– Um desafio foi lançado para toda a comunidade –
reformular a letra, da melhor forma de adaptação a melodia proposta -, quem
conseguiu realizar o desafio foi o poeta e escritor Joaquim Osório Duque
Estrada;
– No ano de 1916, a letra sofreu algumas
alterações;
– Através do Decreto nº4. 559, foi conferida a
autorização ao Poder Executivo para adquirir as propriedades dos versos no ano
de 1922;
– Pelo Decreto nº 15.671 a letra do Hino foi
oficializada.
A música do Hino Nacional foi composta por Francisco Manuel da Silva em
1822, e a letra por Joaquim Osório Duque Estrada em 1909. A oficialização
da letra ocorreu durante as celebrações do centenário da Independência do
Brasil, no governo de Epitácio Pessoa.
Uma curiosidade para registro é que foi adquirida por cinco contos de réis, a propriedade
plena e definitiva da letra do hino pelo decreto n.º 4.559 de 21 de agosto de
1922, pelo então presidente Epitácio Pessoa e oficializado pela lei n.º 5.700,
de 1 de setembro de 1971.O Hino Nacional Brasileiro foi instituído pelo Decreto
171/1890, de 20 de janeiro de 1890 e sua letra oficializada pelo Decreto
15.861/1922, de 06 de setembro de 1922.
“(...) Mas se ergues da justiça
a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta!”
Setembro, colorido de verde e
amarelo é o mês patriótico por celebrar nossos símbolos nacionais, em
homenagem a Bandeira Nacional, as Armas
Nacionais, o Hino Nacional e o Selo Nacional, itens que são manifestações
gráficas e musicais que representam o Brasil, dentro e fora do território, refletindo
a história e a cultura brasileira e que mostram a soberania do País e
transmitem o sentimento de união nacional.
- VIVA O POVO BRASILEIRO!
GILMAR CARDOSO, advogado, escritor e poeta, é
membro da Academia Mourãoense de Letras, do Centro de Letras do Paraná, da
Academia Brasileira Rotária de Letras (Abrol/Paraná) e da Academia de Cultura
de Curitiba (Accur).
0 Comentários