PADRE QUER DIZER PAI,
por GILMAR CARDOSO
“Não fostes vós que
me escolhestes; fui eu que vos
escolhi…” (Jo 15,16)
Todo ano, sempre no mês de agosto, a igreja celebra no Brasil o mês
vocacional. A cada domingo as celebrações litúrgicas são dedicadas a uma vocação
específica: sacerdotal, matrimonial, religiosa e leiga.
Nos anos em que o mês de agosto possui cinco domingos, a Igreja celebra
neste dia o ministério do Catequista, que são os grandes promovedores da fé na
comunidade ao preparar as crianças, jovens e adultos para darem testemunho.
Vocare, em latim, significa chamado. E dele vem a palavra “vocação”.
O mês vocacional tem sua origem logo após o Concílio Vaticano II. Com o
objetivo de despertar a consciência das comunidades para a co-responsabilidade,
num período de crises das vocações de
especial consagração, o Cardeal Dom Aloísio Lorscheider, ainda bispo de Novo
Hamburgo (RS), instituiu uma comissão para criar um diretório vocacional para a
diocese. Em 1970 surgiu a primeira experiência do mês vocacional no Brasil.
O calendário nacional foi instituído a partir de 1981 na 19ª Assembleia
Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e com este tema busca-se a
conscientização para a importância da oração pelas vocações e ministérios
suscitados pela ação do Espírito Santo.
Em 2023 vivenciamos o 3º Ano Vocacional (CNBB) com o tema: “Vocação,
graça e missão” e o lema: “Corações ardentes, peãs a caminho”, baseado no
Evangelho de Lucas 24,32-33; a pauta sucede o tema “Cristo Vive! Somos suas
testemunhas” e o lema anterior: “Eu vi o Senhor”. A segunda edição foi em 2003,
há 20 anos.
Por vocação, entende-se o chamado que Deus faz a cada homem e a cada
mulher; e que exige, da pessoa humana, uma resposta livre, consciente e um
coração generoso, capaz de assumir os compromissos bíblicos de ser sal da terra
e luz do mundo.
Tem-se, na prática, que de domingo a domingo, em forma de oração, a
intenção é pedir a Deus que prepare boas pessoas para cumprir e aceitar o
chamado/missão, tornando o discernimento como algo essencial em nossa vida.
O primeiro domingo de agosto (6) é em honra aos ministérios ordenados.
Por conta da festa de São João Maria Vianney, no dia 04 de agosto, considerado
o Patrono dos Sacerdotes, celebra-se o Dia dos Padres em homenagem às vocações
sacerdotais e pelos ministros: diáconos, padres e bispos – sinais e presença do
Cristo Salvador. O Dia do Padre é comemorado desde 1929 e foi instituído pelo
Papa Pio XI.
É fato que ser sacerdote é ser a expressão do amor de Deus, agir como um
pai para a sua comunidade, o bom pastor para o rebanho que está sob seus
cuidados.
Nas palavras do Papa e Santo João Paulo II na Exortação Apostólica
Dar-vos-ei Pastores segundo o meu Coração, o padre tem que possuir cinco
qualidades essenciais: ser física e psicologicamente, sadio; ser pessoa de
oração e piedoso com devotamento filial para com Deus; ser uma pessoa culta;
ser um verdadeiro pastor e conhecer os verdadeiros problemas que afetam a
humanidade; e ser um elemento de equipe, que saiba viver em comunidade e para a
comunidade. Ou seja, é muita coisa!
Por fim, ao celebrarmos a memória de São João Maria Vianney, o Cura
D’Ars, padre que viveu de forma exemplar seu ministério sacerdotal, tornando-se
espelho e referência para a Cúria, pedimos à Deus que rogue por todos os
Padres, que na essência da palavra e da canção: quer dizer Pai.
Nas palavras da Oração Eucarística, receba o Senhor por tuas mãos o nosso
sacrifício, para a glória do Seu nome e para nosso bem. - A Vossa benção,
Padre. Amém!
GILMAR CARDOSO, é advogado, poeta, membro da Academia Mourãoense de
Letras, do Centro de Letras do Paraná e da Academia Brasileira Rotária de
Letras.
0 Comentários